quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Sobre o mau emprego de certas palavras



Faz poucos dias publiquei aqui uma reflexão que me havia sido inspirada por uma piada lida na Internet. Eis que ontem ou anteontem uma outra historieta cômica, também divulgada na “web”, fez-me refletir sobre outro tema, tanto ou, quem sabe, mais relevante que o primeiro.

Trata-se agora do mal uso de certas palavras. Aparentemente, isso não deveria ser preocupante, uma vez que a habitual tolerância humana sempre se adapta à situação em que o termo está sendo usado e, por isso, não perde a mensagem que o locutor ou redator está querendo nos transmitir. Entretanto, esse mau costume acaba, de certo modo , atrofiando o desejável bom uso da inteligência.

Na piada que me inspirou esta reflexão é usada a palavra sabedoria , nitidamente como sinônimo de “ esperteza”, definida esta como habilidade para safar-se de situações embaraçosas. E o uso é tanto mais impróprio quanto mais destaque é dado à idade de uma personagem da historieta. Convenhamos: de uma pessoa que atingiu oitenta anos de vida espera-se que ela irradie verdadeira sabedoria , e não uma simples e pragmática astúcia.

Um comentário:

Conrado disse...

Pois é, professor, alcançar a sabedoria é trabalho para uma vida inteira. Talvez não a alcancemos sem dor e sofrimento.
A esperteza, por sua vez, é atributo característico dos freqüentadores da Lapa...
A diferença é mesmo clara e, a partir de agora, prestarei mais atenção quando ouvir as duas palavras
Um forte abraço!
Conrado