quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Pingue-pongue


O pingue-pongue é um jogo estimulante. Quem o pratica ou já o tenha praticado não vai negar esta afirmativa. Estou entre os que concordam com ela. Feita esta rápida introdução, vamos ao tema desta postagem.

Quando duas pessoas quaisquer estão conversando às vezes ocorre um desencontro de ideias, independente do respeito e da amizade que haja entre os interlocutores. Se não houver cuidado a conversa pode então converter-se num tipo de pingue-pongue, tanto mais animado quanto maior for o apego ao próprio ego existente nos dois falantes.

Pois bem, mesmo que não esteja havendo uma discussão acho que a todo instante convém nos lembrarmos da silenciosa, sutil  presença de alguém a quem deveríamos consultar interiormente a fim de evitar o uso de uma inadequada palavra ou a omissão de uma outra que precisa ser dita. Havendo tal permanente cuidado nossas conversas com certeza não escorregarão para um pingue-pongue.    

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Sobre o trabalho


Diariamente  observamos a enorme quantidade de pessoas que de manhã bem cedo vão para o seu trabalho e no final da tarde retornam a suas casas. Sem dúvida alguma, creio eu, a maioria desses homens e dessas mulheres é constituída por gente honesta. Entretanto, pergunto a mim mesmo: quantas dessas pessoas realmente amam seus fazeres ?

No ano passado foi editado no Brasil o livro "A Formação da Cristandade", tradução de uma obra do respeitado historiador inglês Christopher Dawson. No capítulo 15 desse livro (página 331), referindo-se ao trabalho na Idade Média, o autor escreve estas palavras : o verdadeiro fim do trabalho não era o fim pecuniário, mas o serviço ao próximo. Trabalhar somente por lucro era tornar o trabalho honesto em usurário, e todas as ocupações que buscavam o lucro excessivo, ou que o lucro não correspondia ao dispêndio de trabalho, eram olhadas com desaprovação. A vida medieval e a literatura estão repletas desse ideal de trabalho desinteressado.

Pois é, construímos um enorme progresso em ciência e em tecnologia, demos à sociedade muito conforto e farta diversão, porém nos esquecemos de essenciais valores.

domingo, 13 de setembro de 2015

O poder das ideias


Nesta postagem vamos citar três respeitáveis autores. O primeiro deles é o padre Leonel Franca, um dos fundadores da PUC/Rio. Em seu didático livro NOÇÕES DE HISTÓRIA DA FILOSOFIA o padre Franca refere-se a Guilherme de Ockham (1295-1349) e, entre outros lúcidos comentários, escreve que aquele filósofo inglês "nega a objetividade dos nossos conhecimentos intelectuais". Ockham partiu deste mundo na primeira metade do século XIV, depois de aqui deixar escritas suas ideias. Ora, segundo escreve Egon Friedell, em seu clássico livro "A Cultural History of the Modern Age" (1928), na metade daquele século "o milenar reino da fé ao qual damos o nome coletivo de Idade Média tornou-se quase repentinamente o Passado". A um leitor meio apressado pode parecer que esse notável historiador judeu austríaco esteja exagerando. Não é com essa mesma pressa que Richard  M. Weaver vê a perniciosa influência das ideias ockhamistas na civilização ocidental. Basta ler o que esse respeitável pensador americano escreve nas dezessete páginas da Introdução de seu profético livro "Ideas Have Consequences" (há tradução brasileira) referindo-se àquela influência. Pois é, aí estão citadas três obras que nos alertam sobre o poder das ideias.

domingo, 1 de março de 2015

O referencial


Quem lê  a  História com atenção  sabe muito bem que a lei moral sempre foi conhecida  por todos os povos . Ela não é uma novidade dos tempos modernos.Entretanto um ponto de essencial importância  precisa ser lembrado. O exato  cumprimento das regras morais requer um referencial. Isso existiu na Idade Média. Os medievais tinham qualidades e defeitos, como sempre ocorreu em todas as épocas. Entretanto, naquele tempo havia um referencial.  Ele  incentivava os bons a serem melhores e coagia os maus a não se tornarem piores.Esse referencial era uma pessoa em cuja honre foram construídas as belíssimas catedrais de pedra.A sociedade moderna, em particular a do Ocidente,  está precisando reencontrar aquele referencial

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Nuclear necessidade

Sem  dúvida alguma , a alegria é a nossa nuclear necessidade. Não  uma alegria fútil, passageira, sem profundidade. Mas, sim, uma alegria que venha no silêncio, na quietude e na solidão. E aqui entenda-se solidão não como um sombrio isolamento, mas  como  um  ambiente  favorável à reflexão..