segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O perigo do sucesso


Creio que um dos maiores perigos – se não o maior – na vida de um homem esteja no sucesso, isto é, em ser um sucedido na vida. O bem sucedido usualmente acredita que seus critérios e suas matrizes de julgamento sejam corretos. Talvez seja esse o caso do filósofo francês Luc Ferry, entrevistado pela revista VEJA de 22 de outubro deste ano. Segundo nos informa a entrevistadora, o professor Ferry “transforma seus livros em best-sellers .Sua obra Aprender a Viver , lançada em 2006, vendeu 700 000 exemplares, 40 000 deles no Brasil”.
Para mim pelo menos, esse homem é um bem sucedido na vida.

Ora, o tema da citada entrevista é a afirmação de Ferry sobre o papel assumido pela família no mundo moderno, qual seja o de uma posição religiosa de fato , acreditando (a família) mais em si mesma do que em um deus qualquer. Afirma ele: A família é a única entidade realmente sagrada na sociedade moderna

Bem, entre muitas afirmativas mais ou menos polêmicas, o filósofo diz que “até a Idade Média, não havia sequer o conceito de infância. Foi entre os séculos XVII e XVIII que a infância passou a ser definida como um período de fragilidade e ingenuidade, no qual se deve prover as crianças de mimos e carinhos” (sic).

Mais adiante, o entrevistado diz que “as mentes mais brilhantes do século XVIII buscavam nas ciências e nas artes emancipar a humanidade do obscurantismo da Idade Média”. Como Ferry continua falando sem fazer nenhuma ressalva, fica a impressão de que ele também considera a Idade Média um tempo de trevas.

Quero registrar apenas dois lembretes. O primeiro é quanto ao fato de ter sido a civilização medieval inspirada nos Evangelhos, nos quais existe um claro elogio à infância, com uma fortíssima recomendação do Cristo para que nos tornemos semelhantes aos pequeninos.

Outro ponto que o filósofo francês parece ignorar, ou prefere esquecer, é o trágico fato histórico relativo ao que foi feito ao pequeno e frágil filho de Maria Antonieta pelos revoltosos inspirados ou liderados pelos Iluministas do acima citado século XVIII.

Entretanto, isso tudo são meros detalhes para um autor de “best-sellers”.

Um comentário:

Rebeca disse...

se formos ver o exemplo do maior de todos os homens, ele se fez o menor de todos...que grande exemplo nos deu Jesus!