quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O mistério



Faz poucos dias, o arquiteto Percival Puggina publicou no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, o artigo intitulado “Cá entre nós”, no qual fez oportunas considerações sobre certa emocionante pesquisa que um grupo de cientistas vem realizando na Suiça com o objetivo de “encontrar explicações para a origem e o funcionamento do universo”.

No mesmo texto o articulista abordou o fato da existência dos muitos problemas de natureza ética que a cultura moderna, inclinada para o relativismo moral e a permissividade, tem criado para o homem.Embora Puggina não externe esta opinião, creio que ele concordaria comigo se eu lhe dissesse que nós ocidentais talvez tenhamos mais motivos para tristeza e angústia, diante dessa envoltória cultural que ora nos cobre.

Filiado a uma profissão que, além do senso estético, exige de seus membros conhecimentos das ciências Matemática e Física, o analista gaúcho certamente não é contrário à investigação científica. Parece-me, sim, que ele, com muita acuidade, já percebeu que está ocorrendo, em vários setores da sociedade humana, o que podemos chamar de “uma louca disparada prá frente” .

Nessa triste corrida, estamos deixando de refletir, e mais do que refletir, de contemplar o mistério das coisas que nos cercam, até mesmo as banais. E mais do que isso, o mistério da vida, o mistério do Mal, mistérios que fogem a qualquer petulante e cartesiana tentativa de explicação.

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