sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O Tempo


No livro onze de suas Confissões, intitulado "O HOMEM E O TEMPO", Santo Agostinho em certo instante pergunta: o que é o tempo? E pouco depois o sábio Doutor da Igreja continua: Quem poderá explicá-lo, claro e brevemente? Quem o poderá apreender, mesmo só com o pensamento, para depois nos traduzir, por palavras, o seu conceito? Mais à frente, o bispo de Hipona diz assim: Se ninguém me pergunta, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei.

Aristóteles, o grande mestre da Filosofia, ensina-nos que o Tempo é uma das categorias acidentais do Ser. Entretanto, a simplicidade do ensinamento aristotélico, mesmo este sendo verdadeiro, não extingue o mistério existencial do Tempo, mistério que Santo Agostinho percebeu com notável intuição.

Estas considerações parecem-me oportunas , tão mais oportunas quanto mais ruidosas e agitadas sejam as comemorações habitualmente feitas na maior parte do mundo neste último dia do ano que se finda

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