domingo, 15 de fevereiro de 2009

Renúncia


Há mais de sessenta anos, Roberto Martins e Mário Rossi compuseram um “fox” romântico que foi logo divulgado pelo cantor Nelson Gonçalves (era uma época em que talvez ninguém no Brasil sonhasse com a televisão. O bom cantor se popularizava unicamente graças à qualidade de sua voz, sem se preocupar com poses, trejeitos e outros recursos que, mais tarde, passariam a fazer parte do “equipamento” de um cantor popular).

A referida canção intitulava-se “Renúncia”. Em certo ponto da letra, o apaixonado diz à sua amada: Difícil no amor é saber renunciar”.

Obviamente tratava-se do amor romântico, típico, normal entre um homem e uma mulher. O autor do verso não estava fazendo nenhuma profunda reflexão sobre a psicologia da vida afetiva. Entretanto, aquela frase encerra de fato uma universal e enorme verdade. E, neste momento, creio que valha a pena lembrar um trecho do Evangelho em que o Cristo adverte a nós, seus discípulos:

Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. (Mt 16, 24)

Este é o nosso grande e permanente desafio.

2 comentários:

Conrado disse...

Prezado Professor,
SOu de uma geração que não conhece o Nelson Gonçalves. Por isso, tive de procurar a música "Renúncia" na internet para escutá-la, no que pude perceber que os cantores de hoje realmente não têm a mesma voz dos de outrora.
No entanto, com relação ao ponto que o senhor enfocou, citando inclusive aquele muito conhecido trecho bíblico,veio-me à memória um texto do Professor Carlos Ramalhete. Nesse artigo, o autor, comentando a crise por que passa a Igreja, diz que o amor dói. Portanto, nós como filhos da Mater et Magistra sofremos justamente por amá-la.
De fato, o Cristianismo não é brincadeira. E bem nos alertou o próprio Cristo que não viera para trazer a paz, mas a espada...
Um forte abraço,
Conrado

Rebeca disse...

Conrado, mas Cristo disse: "eu vos deixo a Paz, eu vos dou a minha Paz". Ele trouxe, sim, a Paz...a paz que se encontra NEle. E isso não contraria o que vc disse, mas complementa.
Qto À música...acho que o senhor a ouviu em um certo lugar onde fazia mais silêncio que barulho.
Grande abraço!