segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A difícil comunicação humana


No dia 4 deste mês escevi uma reflexão avulsa em que falava sobre a dificuldade da comunicação humana, em que pese ela estar ligada à nossa natureza. Acho que seja cabível discorrer sobre o tema.

Suponhamos que um mesmo livro, por exemplo, um ensaio histórico, venha a ser lido por dois brasileiros, um: o senhor X, e o outro: o senhor Y. Vamos supor, para melhor fazer nossa análise, que ambos os leitores possuam escolaridade de nível superior, tenham a mesma crença religiosa, sejam profissionais sérios, dedicados pais de família e adotem uma idêntica posição crítica diante da situação política brasileira.

Note o leitor a existência de vários significativos pontos de encontro cultural entre os dois homens ora considerados.Entretanto, terminada a leitura do livro referido, o leitor X mostra-se entusiasmado enquanto o leitor Y, ainda que tenha entendido tudo o que estava lá escrito, fica em um estado de contrastante apatia. Por que ocorre essa diferença de reações?

Cada ser humano tem uma história eminentemente pessoal, um passado repleto de circunstâncias únicas, de experiência com fatos que, uma vez ocorridos, ficam para sempre guardados na memória, nos dois quartos dessa faculdade, o da lembrança intelectual e o da lembrança sensível, quartos esses interligados. Os poemas que foram lidos e o modo como foi feita a leitura, as músicas que foram ouvidas e o modo como se deu a audição, tudo isso e muito mais foi moldando, ano após ano, o nosso pessoalíssimo modo de ler um livro.E mais que isso, foi construindo a nossa capacidade de receber a mensagem nele contida.

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