sábado, 6 de dezembro de 2008

Um animal-histórico


Por sugestão de um amigo, comprei e estou lendo a quinta edição (1999) de um livro, escrito faz muitos anos por um famoso sacerdote, sábio e santo, em que o autor analisa a crise do mundo moderno. Redigida em linguagem perfeita, essa obra consiste essencialmente em uma precisa exposição de idéias, feita por alguém que é profundo conhecedor da filosofia e da teologia.

Em que pesem os muitos valores do livro, vejo-o basicamente como um curso formal, ministrado a ouvintes respeitosamente sentados em uma sala de aula, dispostos a receberem uma didática análise dos problemas que, há vários séculos, vêm atormentando as sociedades modernas.

Este meu modo de ver o livro não significa uma minimização de sua importância. Entretanto, neste momento julgo dever de justiça fazer referência a outra obra, esta escrita por um leigo católico, homem de grande inteligência e não menor cultura, possuidor de virtudes e defeitos. Não podemos afirmar que tenha sido um santo.

Nesse outro livro, são abordados fundamentalmente os mesmos problemas expostos no outro, porém, o modo da exposição é diverso. Agora, o leitor é suposto como alguém que está silenciosamente sentado em seu quarto, pronto para ouvir a emocionante história da civilização ocidental moderna, narrada com abundantes referências à literatura, às artes, à ciência, à filosofia e à teologia. Um atraente modo de narrar que nos convence desta realidade: o homem é um animal-histórico e, como tal, não deveria perder a memória do passado distante.

O segundo livro, que eu saiba, só teve sua primeira edição(1967).Infelizmente, foi colocado no ostracismo.

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