quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O folclórico e o universal



Quando se fala em hierarquia, pessoas desatentas pensam de imediato na profissão militar.De fato, esse tipo de atividade profissional é, há milênios, organizado em uma bem definida estrutura hierárquica.Longe de desvalorizar aqueles que estão nos níveis mais baixos dessa escala, a hierarquia militar dá oportunidade a que todos os componentes dessa organização possam mostrar suas respectivas aptidões e competências individuais.


Ora, existem outros tipos de hierarquia na existência humana.Um deles é o que poderíamos estabelecer, por exemplo, entre duas atitudes ou dois comportamentos, digamos assim, culturais: o folclórico e o universal.Em um povo realmente civilizado, existe espaço para ambas atitudes.


Tais considerações me parecem cabíveis no momento em que o Brasil comemora o centenário da partida de Machado de Assis para a Eternidade.Poderíamos listar vários escritores brasileiros que deixaram registrada em seus romances a presença do folclórico na cultura nacional.Isso é importante? É claro que é. Trata-se daquilo que nos torna únicos no mundo.Entretanto, mais importantes - e aqui entra a hierarquia - são as obras literárias que nos ligam ao universal . O homem que escreveu, entre outros livros, o "Quincas Borba", as "Memórias póstumas de Brás Cubas" e o "Dom Casmurro" com absoluta certeza contribuiu, de modo excelente, para a nossa permanência em um nível mais alto de civilização.

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