segunda-feira, 23 de maio de 2011

Reflexão Pascal


Como ainda estamos no tempo litúrgico da Páscoa, creio que seja válido fazer a presente reflexão.


Separados por mais de vinte séculos da Ressurreição, a maioria de nós não costuma refletir atentamente sobre o mistério do evento nuclear do cristianismo. Não costumamos pensar, por exemplo, neste fato: Nosso Senhor não apareceu a todas as pessoas que viviam ou estavam em Jerusalém para lhes dizer: vejam, eu estou vivo! Não disse isso para Pilatos e para os religiosos judeus que o haviam condenado à morte na cruz.



A perseguição que se seguiu a todos os discípulos de Jesus depois de Pentecostes é um fato que deveria lembrar-nos do tremendo mistério da nossa vocação. Em 8 de março deste ano escrevi um post abordando a pergunta feita por São Judas Tadeu, pergunta essa que praticamente ficou sem resposta. Muitos de nós católicos nos deixamos empolgar com um ou outro tipo de atividade, legítima sem dúvida alguma, ligada à defesa da Moral, porém não paramos para perguntar, com temor e com tremor, aquilo mesmo que perguntou São Judas: por que eu?


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Significativo contraste


Acompanho diariamente o "Evangelho Quotidiano", essa benfazeja divulgação das leituras da missa diária, divulgação essa feita na Internet por um abnegado grupo de católicos portugueses. Ao final de cada seqüência, é sempre inserido um comentário ligado ao evangelho do dia, feito em geral por um autor católico, quase sempre um santo. O comentário de hoje (20 de maio de 2011) é trecho de um escrito de São Boaventura . O piedoso religioso franciscano, grande amigo de Santo Tomás de Aquino, fala sobre o modo como devemos nos aproximar de Deus, um modo baseado nuclearmente na plena confiança nAquele que nos criou e nos redimiu por meio da cruz, e não firmado em nossa humana sabedoria, em nossas leituras e estudos. São Boaventura NÃO diz que devemos abandonar nossos estudos e nossa leitura de livros, não diz que devemos desprezar o bom uso da razão. Afinal ele foi amigo justamente daquele santo dominicano, não menos piedoso, que tanto usou sua inteligência e seus estudos em defesa da fé cristã autêntica. É preciso distinguir: hierarquia não significa exclusão.


Pois é, vemos aí um contraste entre duas atitudes diante da Razão, uma, correta, aquela de um fiel seguidor da Igreja; outra, infeliz, a que foi adotada pelo homem cuja desobediência deu origem à triste separação dos cristãos.