quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal


Santo Agostinho, um dos chamados Doutores da Igreja, deixou escrita para sempre esta sábia reflexão sobre as relações do homem para com Deus:

Domine, feciste nos ad Te, et inquietum est cor nostrum donec requiescat in Te.

Hoje é véspera do Natal. Seria muito bom refletirmos sobre o mistério da misericórdia divina, desse Deus que se fez tão pequenino e tão frágil para melhor consolar a nossa inquietude.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O drama atual do Ocidente


Todos os dias somos bombardeados por notícias de fatos dolorosos ocorridos no Brasil e nos demais países do Ocidente, fatos que nos angustiam, entristecem ou até mesmo enraivecem. E aí vem a pergunta incômoda:

por que tudo isso vem acontecendo conosco?

Neste momento, lembro o que escreveu certo leitor do blog do Reinaldo Azevedo:

A Europa que colonizou a América, a África, a Ásia e a Oceania já não era a mesma Europa que havia espalhado, em todas as suas partes, os mosteiros beneditinos; verdadeiras sementes de civilização; fundado as ordens mendicantes; edificado as grandes catedrais de pedra; criado a Universidade; escrito a Suma Teológica de Santo Tomás. Não era a mesma Europa em cujas admiráveis fraternidades de trabalho muitas vezes proibia-se a invenção de instrumentos que aumentassem o rendimento das tarefas, porquanto fazer isso correspondia a incentivar o vício da ganância .

Hoje colhemos os frutos de uma mudança de mentalidade que começou a ocorrer quando se apagou a grande luz do Medievo. Com esse apagamento, termina certa maravilhosa infância e tem início uma inquieta adolescência , que já dura sete ou oito séculos.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Um assombroso mistério


Em certo trecho de um importante livro ao qual já me referi em postagem recente, o autor faz alguns comentários sobre a Idade Média.Confesso que não gostei da abordagem feita, ainda que ela não possa ser considerada injusta.O que está ali escrito, na minha opinião, fica bem distante do completo e, sobretudo, riquíssimo cenário do Medievo.

Neste momento, alguém pode pensar que este escriba seja um incondicional admirador daquele longínquo milênio da civilização ocidental. Na verdade, o principal sentimento que aqueles mesmos comentários despertaram em mim é o de uma imensa admiração por um dos maiores mistérios da nossa existência, e que é justamente este: o imensurável respeito que Deus sempre tem pela liberdade humana. Ora, com absoluta certeza, na Idade Média esse respeito também acontecia.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Um animal-histórico


Por sugestão de um amigo, comprei e estou lendo a quinta edição (1999) de um livro, escrito faz muitos anos por um famoso sacerdote, sábio e santo, em que o autor analisa a crise do mundo moderno. Redigida em linguagem perfeita, essa obra consiste essencialmente em uma precisa exposição de idéias, feita por alguém que é profundo conhecedor da filosofia e da teologia.

Em que pesem os muitos valores do livro, vejo-o basicamente como um curso formal, ministrado a ouvintes respeitosamente sentados em uma sala de aula, dispostos a receberem uma didática análise dos problemas que, há vários séculos, vêm atormentando as sociedades modernas.

Este meu modo de ver o livro não significa uma minimização de sua importância. Entretanto, neste momento julgo dever de justiça fazer referência a outra obra, esta escrita por um leigo católico, homem de grande inteligência e não menor cultura, possuidor de virtudes e defeitos. Não podemos afirmar que tenha sido um santo.

Nesse outro livro, são abordados fundamentalmente os mesmos problemas expostos no outro, porém, o modo da exposição é diverso. Agora, o leitor é suposto como alguém que está silenciosamente sentado em seu quarto, pronto para ouvir a emocionante história da civilização ocidental moderna, narrada com abundantes referências à literatura, às artes, à ciência, à filosofia e à teologia. Um atraente modo de narrar que nos convence desta realidade: o homem é um animal-histórico e, como tal, não deveria perder a memória do passado distante.

O segundo livro, que eu saiba, só teve sua primeira edição(1967).Infelizmente, foi colocado no ostracismo.